Sombrinhas coloridas são resignificadas e ajudam os
sete personagens a contar a história
Em uma versão bem abrasileirada, com ritmos do
maculelê, capoeira, Congada e músicas de domínio público e autorais, com
direito a brincadeiras e cantigas de roda que remetem o espectador às melhores
lembranças da infância.
Este é o “Mágico de Oz” do Grupo Ciranda de Cena,
que será encenado neste sábado (6), às 19h, no Teatro Rondon Pacheco.
As roupas do Leão, Homem de Lata e Espantalho são
dispensáveis para que as crianças soltem a imaginação. Os personagens entram
sem chapéu de funil, não estão cobertos de palhas ou com orelhas e calda. O
cachorro de Doroty, o Totó, é uma sombrinha, assim como o tufão que leva a casa
da protagonista, a lata de óleo usada para desenferrujar o Homem de Lata, entre
outros objetos resignificados para contar a história escrita em 1900 por Lyman
Frank Baum.
“Não me interessava repetir o que foi mostrado na
Broadway, mesmo porque não temos verba e também porque é muito distante da
nossa realidade”, disse o diretor José Luiz Filho.
Nesta semana, seis apresentações foram feitas no
Centro Esportivo Social Alexandrino Garcia (Cesag) para crianças de escolas
públicas e ONGs de Uberlândia. Na estreia, na última terça-feira (2), foi a vez
da ONG Casa, do bairro Ipanema, na zona leste, acompanhada pelo CORREIO de
Uberlândia.
Do início ao fim, as risadas dividiram espaço com
um fala e outra dos personagens. Mas as gargalhadas de Hyann Crispim, de 11
anos, foram as que mais chamaram a atenção da própria produção durante o
espetáculo. O menino, morador do bairro Mansões Aeroporto, zona leste, nunca
tinha ida ao teatro. “Eu gostei muito do Espantalho, porque ele é muito
engraçado”, disse Hyann Crispim.
Linguagem Popular
A ideia do espetáculo “Mágico de Oz” surgiu em
2009, quando o diretor, José Luiz Filho, foi convidado para fazer a montagem
com uma linguagem popular para um grupo de não atores do bairro Canaã, zona
oeste. O trabalho foi apresentado em escolas municipais, na Universidade
Federal de Uberlândia (UFU) e não teve continuidade até então.
Dessa vez, o trabalho retoma com outro elenco,
graças ao Programa Municipal de Incentivo à Cultura, com apoio do Instituto
Algar. Um dos remanescentes é Luciene Andrade, que antes era o Leão e agora se
transformou em bruxa. “É uma nova experiência. Toda vez que se sobe ao palco é
um novo jogo”, disse a atriz.
Foram cerca de seis meses de ensaio e, a cada dia,
uma nova ideia foi surgindo para contar a história, em um encaixe com o que se
passa com Doroty e as tradições da cultura local. “Não é apenas um enfeite. As
músicas e brincadeiras constroem a cena”, afirmou Luciene Andrade.
Serviço:
Hoje, às 19h, o grupo Ciranda de Cena apresenta o
espetáculo “O Mágico de OZ”, no Teatro Rondon Pacheco: rua Santos Dumont, 517,
Centro. Ingressos: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia). Adulto acompanhado de crianças
paga meia entrada. Informações: 3235-9182.
Ficha técnica
Direção e concepção: José Luiz Filho
Elenco: André Luz, Ernane Fernandez, Fredy Abreu, Gabriela Santos, Luciene
Andrade, Mariana Montezel